5 de maio de 2016

UMA OUTRA LUTA



A Marcha da Maconha vai acontecer no Rio de Janeiro no próximo sábado, dia 7 de maio, iniciando o movimento que tem se expandido a cada ano, com mais e mais cidades organizadas pela legalização. Mais uma vez, de novo, sempre, até que a sociedade entenda esse clamor de uma luta dentro de outra maior, em que se busca sempre a liberdade. É uma luta feroz porque diz respeito a direitos individuais e intereses particulares. E a gente sabe quem pode mais.

Não só no Rio de Janeiro ela acontecerá, a exemplo de outros anos porque o consumo está aumentando e não tem - não adianta - nada que o faça parar. Por que? Porque as pessoas querem.
E quando elas querem elas vão buscar.

A sociedade, no entanto, não entende que não se trata de liberar a esbórnia; de ceder aos caprichos de uma juventude drogadita. Isso é ilusão. De todos esses anos de luta o que temos:

1. A MACONHA NÃO FAZ MAL
2. A POLÍTICA CONTRA AS DROGAS FRACASSOU.
3. TODOS OS DIAS MORREM PESSOAS POR CONTA DA REPRESSÃO.

E no futuro, como será? Como diremos aos netos que se matava por causa de uma erva que era boa de fumar?
Como diremos que a guerra às drogas era apenas o pretexto para a perseguição dos pobres? Como diremos que a repressão é necessária para a indústria das armas? Como diremos que as cadeias eram as novas senzalas, perfeitamente legalizadas? Fomos assim, um dia, e não soubemos avaliar a tempo as possibilidades de uma  riqueza imensa, sem precisar perfurar?
Escrevo no passado na esperança de que um dia seja possível analisar a questão com realismo; que tanto as drogas como as pessoas possam sair da marginalidade em que vivem, já que atualmente todas as economias buscaram (e encontrram) soluções para uma coisa simples que se tornou problema justamente por causa da proibição.
A maconha existe até no nosso corpo. Não podemos negá-la.*
Este ano será um marco para a Marcha da Maconha. Um ano difícil, em que se vislumbra uma ameaça às idéias progressistas, que vinham caminhando a passo lento.
Mas os defensores da legalização estarão lá, de todas as idades, apoiando o movimento que cresceu com o tempo. Agora não é só da galera da zona sul, como se dizia. Agora chegam os jovens da periferia, das favelas, por pura afinidade, de contentamento por estarem juntos, e de serem cada vez mais, lutando contra o preconceito e a opressão.



*Um das constatações mais incríveis do sistema endocanabinóide é que parece ser conservado na coluna vertebral, e está presente na estrutura dos receptores e na sua função, também em invertebrados, o que implica, portanto, a sua participação em funções vitais em quase todos organismo






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