1 de maio de 2016

A PALAVRA COMO ARMA



Assisti, ontem, na TV Brasil, a entrevista de um detentor do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel.
Tendo vivido até hoje na defesa dos direitos humanos, Esquivel deu uma lição de história e resistência. Trata-se disse ele, de um golpe, mas de um golpe brando, sem os aparatos dos já concretizados pelo uso da força. A estratégia agora é outra. E não há dúvida de que chegará ao seu objetivo, pois para isso foi planejado e financiado.

Estarrecida ainda com a vergonhosa votação na Câmara dos Deputados, que nos revelou o que há de pior entre nós, entre demagogia e hipocrisia, em nome da nossa ainda débil democracia, agora apunhalada, eu me pergunto, como milhões, o que será de agora em diante.
O que virá agora? Não sabemos. O que sabemos é que uma sombra paira sobre o Brasil e é preciso afugentá-la e vislumbrar algum céu. Como será isso? Quem se ocupará disso?  E isso é gancho para um outro programa que assisti, no Canal Brasil, sobre a resistência política por meio de jornais. Um belo trabalho de pesquisa trouxe à tona as inúmeras publicações, que existiram desde antes da independência, que saíram em defesa dos direitos da população sempre oprimida e negligenciada. Muitos deles foram presos, tiveram suas redações quebradas, mas nunca desistiram. É na crise que se fortalecem os espíritos.

Não tivéssemos a internet, não tivéssemos os jornalistas que nos trazem o contraponto das verdades deformadas da mídia impressa, não teríamos um horizonte.
A importância da imprensa está justamente na possibilidade de assumir outra forma e seguir resistindo, seguir teimando, com tudo a declarar, nada a esconder, e principalmente não temendo.

As guerras mudam, as armas também. Mas a palavra sempre se oferece à coragem.

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